Criança queimada passa por momentos de dor e espera em Santa Vitória do Palmar
Com apenas um ano e três meses de vida, o menino que chegou por volta das 19h na Santa Casa de Misericórdia do município só foi atendido às 2h e posteriormente encaminhado à Rio Grande.
Um acidente quase que fatal, em uma família humilde, marcou a madrugada deste domingo (3). Quando a mãe fervia a água, não imaginou que seu pequeno inquieto fosse escalar o móvel e derramar-se. A jovem, desesperada com o acidente, levou seu filho, de apenas um ano e três meses, à Santa Casa de Misericórdia de Santa Vitória do Palmar, por volta das 19h. O choro não se aquietou tão cedo. Apesar do atendimento emergencial realizado pela médica clínica geral plantonista, o pediatra acionado logo na chegada do menino ao hospital só compareceu no local às 2h.
A madrinha da criança, que prefere não ser identificada, acionou o Conselho Tutelar para que medidas fossem tomadas, pois já haviam sido constatadas queimaduras de 2º e 3º grau. O desespero da mãe e da avó do menino comoveu a madrinha, que prontificou-se a ajudar no que fosse preciso. E isso ainda ocorria até às 12h30min deste domingo, horário em que ele ainda estava em observação no Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), enquanto a equipe de médicos buscava um leito para o menino em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) pediátrica. As informações dadas pelo hospital concordam que, devido a gravidade da situação, seria necessário um atendimento mais especializado.
"Os pais da criança são pessoas humildes, a mãe tem apenas 19 anos e eles não sabiam mais o que fazer. Ele estava com bolhas estourando pelo corpo. Acionei um advogado, que me orientou que eu procurasse o Conselho Tutelar. O menino precisaria inclusive de uma cirurgia plástica e este procedimento deveria ser realizado em um local especializado. Tentamos falar com a secretária de Saúde, mas o telefone estava desligado. O Conselho, no entanto, registrou tudo e conseguiu entrar em contato com a promotora de plantão, que encaminhou os papéis para a transferência de hospital. Isso tudo aconteceu e o médico, quando chegou, não gostou do que viu. Me intimidou. Queria que eu saísse de lá. Registramos até um Boletim de Ocorrência. Rezei muito", desabafa a madrinha.
De acordo com a conselheira Carla Rosane Pereira da Silva, as informações procedem. "A criança estava com cerca de 40% do corpo queimado e nosso papel foi o de encaminhá-la a um local adequado. Através da Promotoria, foi feito um pedido via Foro para a transferência da criança e um registro feito pela BM da ausência do pediatra de plantão. As orientações foram dadas por um advogado e foi expedido um mandado judicial para a internação do menino em uma UTI. A médica que recebeu a criança fez o que pode", comenta. E o drama não acabou. Até às 12h30min, o menino ainda não tinha sido encaminhado à UTI Pediátrica por falta de leitos.
ContrapontoA diretora geral da Santa Casa de Santa Vitória do Palmar, Noris Gonzalez, informou que as acusações de que não haveria médico plantonista para atender o menino não procedem. Segundo Noris, ele foi atendido pela médica plantonista com queimaduras graves, inclusive no rosto.
"Desde que o paciente chegou no pronto-socorro nós sabiamos que não poderíamos ficar com ele e que precisaria de uma transferência. Não temos condições de atender queimados. Só que o paciente não pode sair de um hospital para transferência sem ter leito estabelecido em algum lugar específico. Por isso a demora", explica ao completar que o menino foi medicado enquanto a equipe de médicos buscava lugar disponível na central de leitos do Estado. "Temos médico 24 horas no pronto-socorro e esta criança foi atendida imediatamente. Não temos de plantão no pronto-socorro um médico específico que atenda crianças. O plantonista atendeu enquanto tentou agilizar leito para transferência. O pediatra vai ao hospital se for chamado por algum caso específico após a internação", esclarece. "O médico do pronto-socorro fez o que tinha que fazer. Nós ficamos em uma situação difícil porque estamos longe do hospital de referência que é Rio Grande e que não tem leitos. Quem fica nesta saga por leitos é o plantonista que continua atendendo todo o movimento no pronto-socorro", ressalta.
"Desde que o paciente chegou no pronto-socorro nós sabiamos que não poderíamos ficar com ele e que precisaria de uma transferência. Não temos condições de atender queimados. Só que o paciente não pode sair de um hospital para transferência sem ter leito estabelecido em algum lugar específico. Por isso a demora", explica ao completar que o menino foi medicado enquanto a equipe de médicos buscava lugar disponível na central de leitos do Estado. "Temos médico 24 horas no pronto-socorro e esta criança foi atendida imediatamente. Não temos de plantão no pronto-socorro um médico específico que atenda crianças. O plantonista atendeu enquanto tentou agilizar leito para transferência. O pediatra vai ao hospital se for chamado por algum caso específico após a internação", esclarece. "O médico do pronto-socorro fez o que tinha que fazer. Nós ficamos em uma situação difícil porque estamos longe do hospital de referência que é Rio Grande e que não tem leitos. Quem fica nesta saga por leitos é o plantonista que continua atendendo todo o movimento no pronto-socorro", ressalta.
Sem obter êxito na busca por uma vaga em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) pediátrica, o plantonista que atende pessoas de todas as idades decidiu internar a criança, por volta das 11h30min, e acionar o pediatra, que teria chegado por volta da 1h da madrugada na Santa Casa. "Todos foram acionados, secretarios de saúde da região, hospitais da região e da capital, central de leitos e não conseguimos em lugar algum", relata Noris.
A transferência para o Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio Grande (HU/Furg) teria ocorrido por volta das 5h da manhã de domingo medianta ação judicial da família do menino. Ao chegar no HU o menino permaneceu em observação no enquanto a equipe de médicos ainda busca um leito para o menino em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) pediátrica.
A transferência para o Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio Grande (HU/Furg) teria ocorrido por volta das 5h da manhã de domingo medianta ação judicial da família do menino. Ao chegar no HU o menino permaneceu em observação no enquanto a equipe de médicos ainda busca um leito para o menino em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) pediátrica.
Fonte:DiárioPopular:http://www.diariopopular.com.br/index.php?n_sistema=3056&id_noticia=NDY4OA==&id_area=Mg==