Impasse do Carnaval de Rio Grande ainda não foi solucionado
Uma reunião no prédio da prefeitura entre o Executivo e a Liga Independente das Escolas e Entidades do Samba do município (Lieesa) debateu a situação do Carnaval de Rio Grande nesta terça-feira (11). No domingo, após o encerramento dos desfiles, os jurados retornaram para Porto Alegre com as urnas contendo as planilhas de avaliação e não permitiram que a apuração fosse realizada.
Ao contrário do que foi divulgado pelos veículos de imprensa, o presidente da Lieesa, Sandro Souza, afirma que pagou um sinal aos jurados e que não recebeu a urna na situação de ausência de representantes da prefeitura e da Brigada Militar (BM). De acordo com a versão de Souza, o problema transcorreu após o final dos desfiles e não foi com relação ao pagamento dos jurados. “Terminou o Carnaval, o senhor Paulo Medina dispensou a Brigada Militar e a empresa de segurança. A urna deveria ser entregue por mim e por ele para a Brigada Militar. Só estávamos eu e os jurados. Os jurados não entregam para apenas uma pessoa. Chamamos, chamamos e chamamos ele, que se negou a comparecer na parte da manhã para receber a urna”, relata ao acrescentar que diante da negativa entrou em contato com outro servidor da prefeitura para que fizesse o intermédio. A insistência da procura por Medina teria ocorrido entre as 7h e as 13h. “Sendo que durante este momento ele estava presente no prédio do Centro de Eventos”, complementa. Os jurados teriam optado, então, por volta das 15h, por levar a urna consigo para Porto Alegre. Segundo Souza, os jurados se negaram a receber o valor completo das diárias porque não tinham executado o trabalho na íntegra. “Por insistência minha eles receberam um sinal. Pelo menos para ter como voltar para suas casas”, garante.
O presidente da entidade faz questão de ressaltar que desde o início das tratativas do Carnaval a relação entre a Liga e a suposta comissão de Carnaval da prefeitura “nunca andou bem”. O presidente acusa o secretário adjunto da Secretaria de Município de Turismo, Esporte e Lazer (SMTer), Paulo Medina, de pedir R$ 16 mil de propina para uma empresa pelotense fornecedora de arquibancadas, através da confecção de um novo contrato em que reapresentaria o preço que inicialmente havia sido de R$ 90 mil. “Fato esse que foi levado à prefeitura e nada feito”, afirma ao ponderar que o ocorrido aconteceu 45 dias antes do Carnaval e que a investigação administrativa deveria ter iniciado na época. “Eu fiz um pré-contrato com o André Melo da locação das arquibancadas, uma minuta aliás. Porque o Medina falou que seria com essa empresa. De uma hora para outra o seu Medina diz que não será o André Melo, diz que será um cara de Caxias”, relata ao afirmar que foi cobrado pelo empresário de Pelotas sobre o cumprimento do tratado. “Eu expliquei pra ele: não sou eu que contrato, eu pago. Fui em cima do Medina e ele disse ‘Troquei porque foi determinação do prefeito’”, sustenta ao acrescentar que a justificativa seria de que a empresa pelotense teria ligações políticas com partidos da oposição em uma cidade do interior. “O cara me falou, o meu valor era R$ 90 mil. O Medina me pediu mais de R$ 16 mil, botei R$ 106 mil. Eu trouxe o cara aqui e a prefeitura omissa não fez nada”, diz indignado.
O grupo pelotense Tholl não teria se apresentado no segundo dia de Carnaval porque a prefeitura teria esquecido de encaminhar o ônibus para o transporte dos artistas. “Foi um festival circense na verdade todo o Carnaval”, conclui Souza. “O que que acontece no Carnaval? A Liga é um laranja da prefeitura”, afirma ao explicar que a prefeitura contrata os serviços, repassa o valor de recursos captados junto às empresas e a Lieesa paga os custos. “Para eu executar um pagamento eu tenho que participar, caso contrário eu sou uma fruta nas mãos deles”, diz.
Atrasos
Com relação ao atraso de quatro horas no desempenho do desfile das escolas do Grupo Especial, na noite de sábado, o presidente da Lieesa articula que o que compete à Liga foi ter permitido que Neguinho da Beija-Flor estendesse a apresentação. “O Neguinho me perguntou se podia cantar mais e eu disse pode. Agora as outras falhas que ocorreram foi com relação à falta de combustível e à pane no carro de som, que foram contratados pela prefeitura”, assume ao explicar que o investimento no show foi de R$ 30 mil. “Em três escolas o carro atrapalhou a evolução porque o pessoal precisou empurrar o caminhão de som”, relata. De acordo com Souza, o único carro de som que prestou apoio às escolas de samba precisava voltar para o início da passarela ao final de cada apresentação para integrar-se à nova escola. O som, segundo TC, foi contratado com a empresa onde o dono teria coligações partidárias que auxiliaram na campanha do prefeito. “Há três anos esta sonorização já havia apresentado problemas. Eu avisei. ‘Determinação do prefeito, ele tem que estar dentro’”, diz imitando o que teria dito Medina.
Com relação ao atraso de quatro horas no desempenho do desfile das escolas do Grupo Especial, na noite de sábado, o presidente da Lieesa articula que o que compete à Liga foi ter permitido que Neguinho da Beija-Flor estendesse a apresentação. “O Neguinho me perguntou se podia cantar mais e eu disse pode. Agora as outras falhas que ocorreram foi com relação à falta de combustível e à pane no carro de som, que foram contratados pela prefeitura”, assume ao explicar que o investimento no show foi de R$ 30 mil. “Em três escolas o carro atrapalhou a evolução porque o pessoal precisou empurrar o caminhão de som”, relata. De acordo com Souza, o único carro de som que prestou apoio às escolas de samba precisava voltar para o início da passarela ao final de cada apresentação para integrar-se à nova escola. O som, segundo TC, foi contratado com a empresa onde o dono teria coligações partidárias que auxiliaram na campanha do prefeito. “Há três anos esta sonorização já havia apresentado problemas. Eu avisei. ‘Determinação do prefeito, ele tem que estar dentro’”, diz imitando o que teria dito Medina.
Prefeitura
A imprensa, juntamente do presidente da Lieesa que estava acompanhado da esposa - secretária da escola de samba Unidos do Mé, Elionara Rech -, aguardou o chefe do Executivo por algumas horas. Quando chegou, Alexandre Lindenmeyer (PT), ouviu as palavras de Sandro e depois se posicionou. “Considerando as manifestações do Souza, estou recepcionando o material que me foi entregue agora com relação a estas informações. De imediato estou nomeando o meu procurador jurídico do município para recepcionar e redigir a termo as considerações em relação à questão de arquibancadas e som”, diz. O prefeito ressalta que durante as reuniões iniciais do Carnaval procurou deixar claro que o que a administração do município se responsabilizaria pelo repasse de verba para as escolas através da Lieesa e sobre a questão da estrutura. “A questão de som, banheiros e essa parte estrutural.
A imprensa, juntamente do presidente da Lieesa que estava acompanhado da esposa - secretária da escola de samba Unidos do Mé, Elionara Rech -, aguardou o chefe do Executivo por algumas horas. Quando chegou, Alexandre Lindenmeyer (PT), ouviu as palavras de Sandro e depois se posicionou. “Considerando as manifestações do Souza, estou recepcionando o material que me foi entregue agora com relação a estas informações. De imediato estou nomeando o meu procurador jurídico do município para recepcionar e redigir a termo as considerações em relação à questão de arquibancadas e som”, diz. O prefeito ressalta que durante as reuniões iniciais do Carnaval procurou deixar claro que o que a administração do município se responsabilizaria pelo repasse de verba para as escolas através da Lieesa e sobre a questão da estrutura. “A questão de som, banheiros e essa parte estrutural.
Agora, por exemplo, daí a nós termos uma participação com uma comissão de Carnaval isso eu não autorizei”, enfatiza Lindenmeyer. “Nós somos apoio, não somos principal. A prefeitura não tem que fazer o Carnaval”, afirma. Quando colocado sobre a falta de um representante para receber as urnas, Alexandre questionou irritado. “Onde que o Poder Público firmou compromisso de fazer a gestão do Carnaval? Se alguém aqui dentro dessa prefeitura assumiu aquilo que eu não determinei vamos apurar, porque ficou muito claro quando eu participei da reunião de que prefeitura, do meu ponto de vista, tem que ser apoio”, acrescenta. “O que foi pactuado em contrato foi honrado e muito bem honrado. O que pactuamos com terceiros da mesma forma”, garante Lindenmeyer. Para concluir, o prefeito afirmou que iniciará imediatamente a tomar as atitudes cabíveis. “Vamos fazer o procedimento dentro do direito administrativo que eu tenho que fazer. Vamos abrir uma sindicância para apurar todos os fatos narrados”, sustenta ao completar que verificando indícios fortes de irregularidades vão providenciar um inquérito administrativo.
Resultados
Souza indagou ao prefeito: “Em relação ao resultado do Carnaval? Não vamos ter o resultado do Carnaval este ano?”. Lindenmeyer respondeu de pronto. “O resultado do Carnaval é com a Liga, a Liga é que tem que fazer o encaminhamento. Eu não determinei a formação de nenhuma comissão de Carnaval com a presença do Executivo. A gestão do Carnaval de Rio Grande é com a Lieesa”, encerrou.
Souza indagou ao prefeito: “Em relação ao resultado do Carnaval? Não vamos ter o resultado do Carnaval este ano?”. Lindenmeyer respondeu de pronto. “O resultado do Carnaval é com a Liga, a Liga é que tem que fazer o encaminhamento. Eu não determinei a formação de nenhuma comissão de Carnaval com a presença do Executivo. A gestão do Carnaval de Rio Grande é com a Lieesa”, encerrou.
Providências
O titular adjunto da Secretaria de Município de Turismo, Esporte e Lazer, Paulo Medina, nega todas as acusações, inclusive a de que teria pedido propina, e diz que pactuou as arquibancadas com a empresa de Caxias por uma questão de segurança e que o preço inclusive era mais barato. Quanto à dificuldade na apuração do Carnaval ele afirma não ter sido procurado. “Na verdade o Carnaval terminou por volta das 8h e eu fiquei até as 15h”, afirma ao completar que almoçou no Centro de Eventos e que não foi procurado por ninguém para receber as urnas. “Se eu tivesse sido chamado, teria ido até ali e resolvido o problema na hora. Imagina! O nosso interesse é que tudo isso que deu errado tivesse dado extremamente certo. Nós estivemos fazendo um belíssimo trabalho para tentar resgatar o Carnaval que vinha em uma decadência muito grande”, articula. Com relação à sindicância que será instaurada, Medina diz que está tranquilo. “Acho que deve ser aberta sim para esclarecer os fatos. E quem acusa é que tem que provar”, encerra. (Matéria Diário Popular,foto:Marcus Maciel)
O titular adjunto da Secretaria de Município de Turismo, Esporte e Lazer, Paulo Medina, nega todas as acusações, inclusive a de que teria pedido propina, e diz que pactuou as arquibancadas com a empresa de Caxias por uma questão de segurança e que o preço inclusive era mais barato. Quanto à dificuldade na apuração do Carnaval ele afirma não ter sido procurado. “Na verdade o Carnaval terminou por volta das 8h e eu fiquei até as 15h”, afirma ao completar que almoçou no Centro de Eventos e que não foi procurado por ninguém para receber as urnas. “Se eu tivesse sido chamado, teria ido até ali e resolvido o problema na hora. Imagina! O nosso interesse é que tudo isso que deu errado tivesse dado extremamente certo. Nós estivemos fazendo um belíssimo trabalho para tentar resgatar o Carnaval que vinha em uma decadência muito grande”, articula. Com relação à sindicância que será instaurada, Medina diz que está tranquilo. “Acho que deve ser aberta sim para esclarecer os fatos. E quem acusa é que tem que provar”, encerra. (Matéria Diário Popular,foto:Marcus Maciel)