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segunda-feira, 22 de setembro de 2014

                                 Ebola

vírus da morte
A África Ocidental enfrenta o maior surto do vírus ebola já registrado desde a descoberta da doença, em 1976. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), trata-se da maior epidemia de febre hemorrágica em termos de pessoas afetadas, número de mortos e extensão geográfica.
Balanço da organização divulgado em 18 de setembro informa que já são 2.622 mortos pela doença. Do total de 5.335 casos registrados, 45% ocorreram em 21 dias.
Com tais números, a OMS declarou a epidemia uma emergência pública sanitária internacional.
O surto atual começou na República de Guinéem março deste ano, e se espalhou para os países vizinhos Serra Leoa, Libéria e Nigéria. Um segundo foco separado ocorre na República Democrática do Congo, onde foi identificado uma cepa diferente do vírus.
Segundo dados da OMS, a Libéria é o país com mais mortes (1.459), seguido da Guiné (601), Serra Leoa (562) e Nigéria (8).
A OMS enviou mais de uma centena de especialistas para a região para ajudar a conter a epidemia. Porém, eles enfrentam dificuldades para atuar nas áreas mais remotas devido à desconfiança da população. Em alguns vilarejos, chegaram a ser atacados e ameaçados.
Além disso, os próprios médicos têm sido vítimas da alta mortalidade do vírus – que não tem vacina nem cura. O médico responsável pelo combate da epidemia em Serra Leoa, Sheik Umar Khan, morreu no dia 29 de julho, vítima da doença.
Um médico e uma missionária americanos também foram infectados. Eles foram levados ao seu país de origem onde passaram por um tratamento com uma droga experimental. Em 21 de agosto, Kent Brantly, de 33 anos, e Nancy Writebol, de 59, receberam alta após serem curados da doença. 
V2 - Entenda o ebola e suas consequências (Foto: G1)
'Fora de controle'
Mais da metade dos infectados neste surto morreram, e a OMS teme a possibilidade de uma "propagação internacional" da doença.
No dia 1º de agosto, em reunião com os presidentes da Guiné, Libéria, Serra Leoa e Costa do Marfim, a diretora-geral da organização, Margaret Chan, disse que o surto de ebola no oeste africano está "fora de controle", mas que pode ser barrado.
Apesar disso, a OMS não fez restrições a voos nem orientou o fechamento de fronteiras por causa da epidemia. Mesmo assim, aEmirates decidiu suspender seus voos para a Guiné, e a British Airways tomou a mesma decisão sobre seus voos para Libéria e Serra Leoa.
Segundo a organização, haveria baixo risco de contágio caso um passageiro infectado voe, pois a transmissão só acontece quando o paciente apresenta sintomas severos da doença: como vômito, diarréia, febre alta, sangramento. "É altamente improvável que alguém com tais sintomas se sinta bem o suficiente para viajar", afirmou a associação internacional de companhias aéreas (Iata).
Ainda assim, o avanço do ebola levou países a fecharem fronteiras terrestres, como no caso da Libéria, e a declararem estado de emergência pública, o que aconteceu em Serra Leoa.
A OMS não descarta rever suas recomendações de viagem durante a epidemia. A organização e governos da região anunciaram no dia 30 de julho um plano de resposta ao ebola com US$ 100 milhões em recursos.
Combate
Quando uma pessoa é infectada pelo ebola, em até dez dias ou ela morre ou o organismo começa a combater o vírus. "É como uma gripe. Não temos remédio para matar o vírus da gripe: é o corpo que responde e mata o vírus, e a gente melhora. A diferença é que o vírus do ebola é muito mais agressivo que uma gripe", explica Rachel Soeiro, médica brasileira que passou um mês na Guiné.
No combate à doença, os pacientes são isolados, e médicos fazem a pessoa se alimentar e ingerir líquidos. Ao sair da área de isolamento do hospital, os pacientes tomam um banho de cloro e ganham roupas novas, já que as antigas estão contaminadas.
O ebola é uma febre hemorrágica grave causada por vírus e que não tem vacina ou cura. A doença só é transmitida pelo contato com os fluidos de pessoas ou animais infectados, como urina, suor e sangue. A doença mata por falência múltipla dos órgãos, quando fígado e rins param de funcionar, e o sangue passa a correr devagar pelo corpo.
Os sintomas incluem diarréia, febre alta, vômitos, hemorragias e danos no sistema nervoso central. A taxa de mortalidade do ebola pode atingir 90% dos casos. O período de incubação é de dois a três semanas.
Fonte: G1/globo.com